sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

We are the world




Começo este artigo pedindo desculpas pelo texto longo por isso pegue um café e leia com calma. Não tive outra alternativa pois foram mexer com uma música que sempre foi para mim uma referência de perfeccionismo e boas colocações de vozes.

We are the world 25 for Haiti é uma versão gravada (remixada) da versão de 1985 escrita por Michael Jackson e Lionel Richie, actualmente “remixada” por vários nomes da actualidade, melhor dizendo pela nata dos Musícos que passam nos melhores canais de música com a ausência visível do casal Jay-Z e Beyonce, whitney Houston, Mariah Carey, P Diddy, Sade, Ne-Yo e tantos outros que haviam de dar mais musicalidade a música. Alias o Jay-Z comentou que não concordou muito com a ideia de se regravar a tão amada música.

Eu partilho da opinião do Jay-Z mencionada acima pois acredito que quando se vai “remixar” uma música tem-se a obrigação de fazer melhor e vou tentar aqui citar alguns erros que me fazem acreditar que foram infelizes os protagonistas (uma vez que se trata de remix é inevitável comparar com a feita em 85).

Positivos:
1. A parte do rap no fim da musica está bem elaborada.
2. Akon e Kanye West estiveram muito bem apesar de lhes ter sido entregue um ponto de emoção muita alta da música.
3. A intenção é muito boa.
4. Positiva a ideia de terem repescado os protagonistas da anterior versão que são o Michael Jackson, Lionel Richie e Quincy jones.
5. A elevada participação de negros em relação a anterior mostra que o mundo superou o racismo e estamos num bom caminho para vivermos todos finalmente em Harmonia.

Negativos
1. A mistura das vozes nesta versão do vídeo (espero que não seja a definitiva) deixa a desejar, principalmente a primeira entrada do Michael Jackson.
2. A instrumentalização está uma pobreza, não justifica 25 anos depois estar inferior que a original.
3. A artista escolhida para iniciar a música deixou a desejar a comparar com a entrada do Lionel Richie.
4. A interacção entre as imagens escolhidas do Haiti para o vídeo com a própria musica não está muito boa, parece que foram feitas em locais diferentes e só foram juntadas no fim. Não passa emoção.
5. Carlos Santana está a fazer palhaçada porque a guitarra dele está mal misturada na musica. (minuto 04:49)
6. Não percebo porque colocaram Lil Wayne numa fase em que a música precisava desenvolver e subir (matou a música).
7. Vários flagrantes de takes no vídeo que era suposto serem cortados como por exemplo, 07:25 will i am faz um sinal de recuar para tomar outro take. 05:53 Wyclef a mexer no celular e completamente aéreo, fora da “picture”, como diria o meu amigo Dj Marcel “you are not in the picture”
8. Muitas transições entre os artistas não foram bem estudadas em função dos timbres das vozes (exemplo mais crítico 02:34 depois de Michael Jackson)
9. Celine Dion devia ter se esforçado um pouco mais uma vez que ia ocupar uma posição que na versão antiga foi bem colocada pela Cyndi Lauper (03:51).
10. Foi preciso o Quincy Jones aparecer para salvar a música pois é a partir da parte que ele aparece que a música ganha algum sentido (a parte do coro 04:07).

Conclusão: a primeira conclusão que chego depois de ver o vídeo é que actualmente está a cantar-se muito menos que nos tempos que lá se vão. Senti muita falta do perfeccionismo do Michael Jackson que nunca havia de deixar esta música sair como está. A música foi despachada para ser inaugurada nos jogos Olímpicos de Inverno no Canadá.

Não posso deixar de salientar que a ideia é muito positiva e a participação de Rappers nesta musica mostra que o Rap merece mais respeito do que tem em Moçambique.
Acho que até podiam ter despachado uma música para atender as necessidades do Haiti mas que não tocassem o amado e antigo “we are the word”.

3 comentários:

  1. Grande Bee Kay, é um facto. Esta música foi despachada e realmente não deveriam ter feito isso com "We Are The World". Mas aconselho-te a ficares pronto para mais decepções como esta. Infelizmente a indústria da música agora já se apercebeu da sua "inconsistÊncia aguda" e procura ganhar com coisas do passado que foram feitas com perfeição e que são eternas. Querem se eternizar com o que já foi feito.

    É triste, mas é o caminho que se está a trilhar...as vezes me apetecia ter nascido nos nos 60 para fazer música nos anos 70 e 80, foi a melhor época de sempre na minha opinião.

    Abraço!

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  2. Sou muito novo e pouco conhecedor de música, e venho congratular pelas observações que me parecem muito inteligentes, mas se forem realmente observações em primeira mão.

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