O QUE EU ACHO DO FRED JOSSIAS...
Por: Edgar M. A. Barroso
"A estupidez coloca-se na primeira fila para ser vista; a inteligência coloca-se na retaguarda para ver" (Bertrand Russell).
Yah, atire-me pedras quem quiser. Eu não podia ficar sentado em cima do muro, a assobiar para o lado, enquanto um qualquer desses nossos sujeitos de estupidificação televisiva vai me criando cada vez mais náuseas visuais. Podem até falar mal de mim depois, ou processarem-me por calúnia e difamação, ou simplesmente alegarem o velho cliché do "se não gosta, não assista". Népia. A televisão é pública, o televisor é meu e a análise é pessoal. Verdadeira. Vivo num país democrático, tenho voz própria e sei exercer o meu direito de opinião como mandam os ditames da cidadania efectiva.
Directo ao assunto. Na segunda-feira à noite, num programa televisivo da Record Moçambique, a atracção-mor foi o mediático apresentador de televisão Fred Jossias. Não era para menos. O "filho do povo" acabara de sair da prisão, para onde tinha sido recolhido depois de julgado e condenado à 70 dias de prisão por CRIME de condução sem licensa, em estado de embriaguez e por ter provocado um acidente de viação. Até aqui nada de mais, não fosse ele a tal figura pública que todo o país conhece pelos ecrãs da televisão, particularmente devido à linha editorial do programa que apresenta.
"Só os medíocres mostram sempre o seu melhor" (Hippolyte-Jean Giraudoux).
Não falarei aqui da natureza, substância e relevância do programa que o Fred Jossias apresenta. Não sou muito ligado à torpeza e mediocridade destes tempos, das nossas gentes e dos nossos lugares de coexistência e de convivência. Falarei do que vi e ouvi naquela noite triste. Eu deveria ter estado a ler um livro qualquer ou a ver futebol num outro canal qualquer. Ou mesmo poderia ter estado a dormir. Nada. Fiquei ali, atento da silva, a confirmar mais uma vez o quão vil, tacanha e mesquinha está a tornar-se a sociedade em que vivemos.
Há pessoas (e entidades) capazes de ser tão pequenas, mas tão minúsculas e microscópicas mesmo, que de tanto serem tão nada não conseguem sair do seu próprio umbigo e enxergarem um outro mundo, o real, o mundo para além daquelas 2 ou 3 cameras de televisão que há num estúdio de televisão! Falam das suas mediocridades como se tivessem descoberto sozinhos 4357 poços de petróleo nos mares de Moçambique, mesmo quando o traste de que se gabam de ter feito ou vivido vai dar exactamente na porta da lixeira do Hulene...
Há pessoas (e entidades) deste país que, em pleno século XXI, ainda acreditam (e fazem acreditar) que o seu mundo "televisionado" e a sua arrogante imbecilidade são muito mais importantes que o país inteiro! São tão energúmenas tais pessoas (e "celebridades") que não tem noção da sua insignificância e nem sequer sabem que não sabem nada...
Rotulem-me de bruto, "djelas" ou sei lá o quê. Eu chamo a isto de frontalidade. Este país tem de EXTIRPAR estes cancros todos, aparentemente benignos. Então um tipo bebe todas as cervejas do mundo, mete todo o vazio da sua "estrelice" num carro e, sem licensa de condução, sai que nem o Lewis Hamilton pelas estradas de Maputo. Causa um acidente de viação que teria provocado danos humanos irreparáveis. É preso, julgado e condenado à 70 dias de prisão. Vozes incompreensivelmente solidárias se levantaram, algumas até defendendo a amnistia do "super estrela" pelo reles e ridículo motivo de que "as suas tardes serão vazias sem o puto mais fofo da África Austral"! Aposto que alguns até lhe dedicavam orações (sabe-se muito bem quem e aonde).
70 dias depois, o CRIMINOSO sai dos calabouços e é recebido cá fora como "herói nacional", com direito a Limousine e escolta, para além de palmas e vivas de uma multidão lamentavelmente estúpida e estupidificada. Só faltou mesmo o tapete vermelho e a recepção pelo presidente do município, tudo por ser exemplo e referência primária da mediocridade na sua mais crassa e visível expressão e manifestação!
Não estou contra o Fred. Estou contra todo o sistema atroz e repugnante que cobriu, aclamou e ACARINHOU O CRIMINOSO FRED. Então ele disse numa fingida, pretensiosa e hipócrita humildade que "fiquei 3 anos a conduzir sem carta" e que "matriculei-me numa escola de condução e fiquei 1, 2 dias, no terceiro dia já não fui mais por preguiça"! E todo o mundo ficou indiferente! E ainda veio com um exemplo de vida, afirmando isto: "das vezes que tive outros acidentes do gênero, sempre arranjei maneiras de resolver o problema ali mesmo, com a polícia"!
Quer dizer, um tipo diz CONSCIENTEMENTE sem licensa por 3 anos, que se matriculou numa escola de condução e desistiu ao terceiro dia por PREGUIÇA e que já teve outros acidentes idênticos no passado e que SEMPRE PAGOU à polícia para se livrar... e tudo fica como se nunca tivesse acontecido! Com direito à notícia de abertura de telejornal e com cobertura em directo! Um indivíduo tendencialmente criminoso e reincidente, hipócrita ("bifou" uma vez um certo cantor por situação semelhante), corruptor e, feliz ou INFELIZMENTE, referência para MILHARES DE JOVENS que o assistem todos os dias... tem direito à exclusividade em tempo de antena, programa especial, salamaleques e frases côr-de-rosa como "voltaste muito mais fofo da prisão", "você é um bom gajo", "viva Fred", "continua assim", "eu já estava para morrer de tensão por tua falta"...
Fico "maningue" revoltado quando tratam à um criminoso como se tivesse ganho a final do Mundial dos 800 metros em atletismo, seja lá qual for o crime que tiver cometido ou se sai mais vezes na televisão do que o Presidente da República. Vocês já se deram conta do número de miúdos (e miúdas) que estão a crescer a assistir as PARVOÍCES IRRESPONSÁVEIS do Fred?! Fazem mesmo ideia de quantas crianças (e até jovens de barbas feitas) estão a ser deformadas, formatadas, desinformadas e burrificadas por aquela medíocre marioneta de interesses inconfessáveis e externos ao país que é NOSSO?!
Não igualem um estúpido à um fazedor ou influenciador de opinião, POR FAVOR! A tolerância de algumas (muitas) pessoas parece-me estar a roçar à cumplicidade. Todo o mundo erra e merece perdão sim. Contudo, elevar a punição de um irresponsável e pintarem-no na televisão de "pobre coitado arrependido" é DEPLORÁVEL, IGNÓBIL E INSULTUOSO! Nenhum prestígio, influência ou mediatismo de qualquer fofo ou seco da África Austral pode ou deve estar acima da VERGONHA NACIONAL que o mesmo incorpora, significa e representa.
Terminarei com Platão: "O sábio fala porque tem alguma coisa a dizer; o tolo [fala] porque tem que dizer alguma coisa". Respondendo à questão, sobre o que eu acho do Fred Jossias: um zero muito bem redondo, unicamente diferente dos muitos outros que andam por aqui e por ali e por lá simplesmente porque sai na televisão todos os dias. Famoso porque existem outros zeros pelo país todo que, infelizmente, não tem melhor escolha. Ou outra escolha. Ou até escolhem mesmo quem é parecido com eles. País dos zeros, este.
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
Stewart Sukuma
Prezado Stewart,
Foi com muita tristeza que todos nós recebemos na noite de sábado, 25 de Setembro de 2010 a música intitulada “Sukuma, o ratinho” elaborada e lançada pela internet pelo senhor Imo Cabir.
Em nome do movimento dos fazedores do Hip Hop em Moçambique gostaríamos de manifestar o nosso total distanciamento das atitudes mais recentes tomadas pelo Rapper Moçambicano residente nos Estados Unidos da América acima citado.
Gostaríamos, por meio desta, deixar bem claro que todos nós te respeitamos e admiramos o seu trabalho e os anos de carreira coroados de vários êxitos e sucessos sempre em prol do desenvolvimento da música Moçambicana.
Com todo respeito aos motivos que orientaram a atitude tomada pelo Imo Cabir não gostaríamos que as mesmas desencadeassem um conflito de gerações o que podia contribuir para a instalação de um ambiente não saudável para a cooperação e o trabalho conjunto entre todas as gerações fazedoras da música em Moçambique.
Sem mais de momento os nossos mais sinceros cumprimentos,
Foi com muita tristeza que todos nós recebemos na noite de sábado, 25 de Setembro de 2010 a música intitulada “Sukuma, o ratinho” elaborada e lançada pela internet pelo senhor Imo Cabir.
Em nome do movimento dos fazedores do Hip Hop em Moçambique gostaríamos de manifestar o nosso total distanciamento das atitudes mais recentes tomadas pelo Rapper Moçambicano residente nos Estados Unidos da América acima citado.
Gostaríamos, por meio desta, deixar bem claro que todos nós te respeitamos e admiramos o seu trabalho e os anos de carreira coroados de vários êxitos e sucessos sempre em prol do desenvolvimento da música Moçambicana.
Com todo respeito aos motivos que orientaram a atitude tomada pelo Imo Cabir não gostaríamos que as mesmas desencadeassem um conflito de gerações o que podia contribuir para a instalação de um ambiente não saudável para a cooperação e o trabalho conjunto entre todas as gerações fazedoras da música em Moçambique.
Sem mais de momento os nossos mais sinceros cumprimentos,
domingo, 28 de fevereiro de 2010
Good Old Days (Its a Party)
Enquanto eles vão fazendo música por dinheiro ou pela fama eu nem lhes ligo...
enquanto existir memória e acima de tudo os regístos dos bons e velhos tempos eu sempre serei Feliz ouvindo música.
Hoje vos trago a magnífica interpretação da Busta Rhymes e Zhané "It's a party" gravada em 1996 com a produção do Easy mo Bee (sem auto tunes).
Só para vocês terem uma ideia de como nos tempos o mais importante era a música, celebrar a música, amar a música. Nós dançavamos esta musica, com esse groove calmo no club e sem alcool nas veias. Perguntem ao Kloro, Cinzel (Trio Fam), Dj EPM, Doggy D,Helder Leonel, Celso Domingos,Mr Arsen, Jorge Ribeiro ou mesmo ao antigo dono do club o Zema Mix(top Label).
GOOD OLD DAYS!!!!
sábado, 27 de fevereiro de 2010
Outra carta para a Rede Record
Caros leitores mais uma vez escreví uma carta para a Rede Record que foi enviada por email e gostaria de partilhar convosco.
Boa Noite.
Sou engenheiro de Moçambique, Continente Africano e vos escrevo para vos alertar para a contribuição negativa que os Media Brasileiros estão a dar na educação da população Brasileira que tem défice em cultura geral. Tenho visto em várias matérias da vossa televisão vocês se referirem ao continente Africano como um País. África é um continente e tem vários Países. Especifiquem o nome do País nas vossas matérias, por favor, desta maneira a População vai deixar de conhecer só os Países Europeus e os Estados Unidos da América. A título de exemplo uso a reportagem do programa Tudo a ver que falava da Jocelyn Wildenstein. Em certo ponto chegou-se a dizer que ela e o marido tinham uma casa em Manhattan, um castelo na França e uma fazenda na África. Qual é o conceito de referência usada neste caso? Ao dizer que a fazenda está em África não se está a dizer nada comparado ao nível de precisão usado ao dizer Manhattan (52 Km quadrados) que é uma Ilha de Nova-Iork que por sua vez é um estado dos Estados Unidos da América. França é um país da Europa (674 843 Km quadrados) e África (30.221.532 km quadrados, 53 Países estendido pelos dois hemisférios). Na cabeça de quem escuta a vossa reportagem fica a mensagem de que África é da dimensão da França, ou Manhattan. Quando você diz que a fazenda está em África pode significar que está no hemisfério sul ou no hemisfério norte. que está perto do oceano atlântico, Indico ou mesmo no mar mediterrâneo ou vermelho. Pode estar na selva, na cidade do Cabo (Cape Town) na África do sul ou mesmo nos desertos do Marrocos, ou quem sabe nas pirâmides do Egipto?
Por favor não promovam esse pensamento pouco culto e ignorante na população Brasileira.
Obrigado
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
Um exemplo a seguir (Beyonce)
Nesta parte do meu blog proponho-me a eleger semanalmente um exemplo a seguir e explicando o porquê da minha eleição.
Nesta semana escolhi a Beyonce por ser na minha opinião um exemplo de profissional, um exemplo de mulher moderna e acima de tudo uma excelente artista.
O que mais me fascinou nesta artista a ponto de eu a escolher para esta semana inicial é o facto de além de ela levar a sua carreira com bastante profissionalismo tem enorme cautela com relação a aspectos da sua vida pessoal. Na entrevista que acompanhei o jornalista a elogiava por ela ser dona de uma reputação invejável, mulher de respeito e sem muitas histoiras para serem contadas nos bares. O jornalista também tentou penetrar na sua vida pessoal fazendo-lhe perguntas sobre o seu marido, o Jay-Z e ela “saltou fora” mostrando que pretende continuar a separar a sua vida pessoal da artística, que a famosa era a Beyonce cantora e não a sua vida pessoal.
Para terem noção de como ela é cautelosa a imprensa só descobriu e teve confirmação de que ela havia se casado com o Famoso Jay-Z uma semana depois do casamento.
Ela é para mim uma referência.
sábado, 20 de fevereiro de 2010
África Unida
África Unida...
Sonho com um continente Africano com menos fronteiras na Área da cultura. Com um protocolo entre os países que permita institucionalmente troca de material Audiovisual para alimentar as rádios e televisões. Deixa esclarecer o que penso, em cada embaixada dos países Africanos espalhados pela África podia ter um departamento cultural responsável por fazer fluir o material produzido no seu País e exportar o que existe no país em que a embaixada se encontra. Pequenas questões protocolares podiam ser tratadas como por exemplo exigir dos artistas que pretendem exportar sua música por meio das embaixadas apresentem os vídeos legendados em inglês ou francês, por exemplo. Fazermos fluir dentro de África a música Africana de modo a que um Artista Moçambicano vá fazer show na Zambia, Somália, ampliando assim o campo de acção dos nossos artistas e de dentro de África vir uma corrente forte que pode tomar o Mundo.
Decidi escrever este texto porque navegando pelo youtube descobri tantas músicas Africanas que sempre tiveram vídeo music-video mas as nossas tv’s não passavam, só me deram de comer Americanices. Veja o exemplo desta música de Quatro “se bu cre”que tanto se dançou em Moçambique nos anos 90!!!
Sonho com um continente Africano com menos fronteiras na Área da cultura. Com um protocolo entre os países que permita institucionalmente troca de material Audiovisual para alimentar as rádios e televisões. Deixa esclarecer o que penso, em cada embaixada dos países Africanos espalhados pela África podia ter um departamento cultural responsável por fazer fluir o material produzido no seu País e exportar o que existe no país em que a embaixada se encontra. Pequenas questões protocolares podiam ser tratadas como por exemplo exigir dos artistas que pretendem exportar sua música por meio das embaixadas apresentem os vídeos legendados em inglês ou francês, por exemplo. Fazermos fluir dentro de África a música Africana de modo a que um Artista Moçambicano vá fazer show na Zambia, Somália, ampliando assim o campo de acção dos nossos artistas e de dentro de África vir uma corrente forte que pode tomar o Mundo.
Decidi escrever este texto porque navegando pelo youtube descobri tantas músicas Africanas que sempre tiveram vídeo music-video mas as nossas tv’s não passavam, só me deram de comer Americanices. Veja o exemplo desta música de Quatro “se bu cre”que tanto se dançou em Moçambique nos anos 90!!!
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
Frases já ditas
Não viva para que a sua presença seja notada,
mas para que a sua falta seja sentida...
By Bob Marley
mas para que a sua falta seja sentida...
By Bob Marley
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